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Praça Quinze amanhece coberta de lixo e pichações após evento.


RIO — Uma noite de festa na Praça Quinze, com direito a pancadaria e chuva de garrafas, deixou um rastro de destruição no local. Nem monumentos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) escaparam. As fachadas do Paço Imperial, construído no século XVIII, e do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa (Alerj) — que acaba de ser restaurado —, amanheceram pichadas após a praça ser palco do Baile do Ademar, evento organizado pelo skatista Ademar Luquinhas que varou a madrugada e tinha sete mil pessoas confirmadas no Facebook. Árvores, uma banca de jornal e o prédio anexo da Alerj também foram alvos de vandalismo.


O Paço Imperial também amanheceu pichado após o evento, segundo guardas municipais que atuavam na região na manhã deste domingoFoto: Divulgação / Alerj



Além das pichações — muitas na cantaria do Paço e do Palácio Tiradentes, o que torna mais difícil e cara a limpeza —, uma grande quantidade de lixo e de cacos de vidro podia ser vista espalhada pelo chão da praça. A superintendente do Iphan no Rio, Mônica da Costa, disse que o conjunto urbanístico da Praça Quinze é tombado, e, por isso, o órgão deveria ter sido consultado antes de a prefeitura autorizar o baile, que contou com pistas de skate, palco com música e ações de grafiteiros. A superintendente prometeu procurar a prefeitura nesta segunda-feira para tratar do assunto.


Já a Casa Civil da prefeitura informou que não comunicou o fato ao Iphan “porque o evento foi em área pública”, e não “dentro dos imóveis tombados”. O Iphan, no entanto, diz que sempre precisa dar o aval para eventos desse porte quando realizados em áreas públicas tombadas como a Praça Quinze, o Parque do Flamengo e a Quinta da Boa Vista.

Em nota, a Casa Civil afirmou ainda que o Baile do Ademar cumpriu todas as exigências previstas em lei, recebendo alvará da prefeitura. Mas, como não respeitou a obrigatoriedade de limpar o local após o encerramento, o organizador será multado. Já o dano ao patrimônio será investigado pela polícia, que receberá da Coordenadoria de Fiscalização da Secretaria de Fazenda os dados do realizador da festa.

Guardas municipais que atuam no local contaram que a quantidade de lixo chegou a dificultar a passagem dos pedestres hoje de manhã. A festa começou às 16h de sábado e foi até as 5h de domingo.

— Ficou pior do que na época do carnaval — disse um dos guardas.

Durante a festa, as árvores ainda forma transformadas em banheiro público. A Comlurb informou que enviou garis pela manhã ao local e que, em duas horas, 500 quilos de lixo foram recolhidos. Procurado, Ademar Luquinhas não respondeu aos contatos feitos pelo GLOBO. Na página do evento no Facebook, uma internauta escreveu: “Um baile que tinha tudo pra ser maneiro, baita estrutura, vários artistas na rua... vira cenário de preconceito, assédio e pancadaria”.

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